A Dança do Tempo
Talvez um dia eu me case
E leve nas mãos os botões de uma laranjeira em flor.
Cabelos ao vento prendendo margaridas douradas pelo sol.
E um vestido etéreo da cor do orvalho.
Talvez eu ande descalça no musgo da terra molhada,
E durma ao som da chuva no quintal,
Gotas cristalinas a me lembrar da eternidade do tempo.
Cobertas macias de abraços a aquecer minha alma e mãos.
Talvez um dia eu simplesmente pare em alguma floresta
Ouça o silêncio verde brincando com meus olhos e lábios,
Deite na grama sob as nuvens brancas,
E descanse sem pressa até que a noite me receba.
Talvez um dia eu use a veste celestial.
Coberta de pequenas estrelas de cristal.
Paire no ar com a leveza do dia terminado, da obra realizada,
Do sorriso inquestionável e da certeza de estar em casa.
Talvez chegue o dia em que eu,
Noiva, Raiz, Folha, Flor e Capulho,
Caminhe pela senda iluminada por um buquê de cristal,
E semeia magia para quem comigo anda.
Talvez um dia eu me case...
O matrimônio perfeito.
Anunciado por sinos de vento,
Iluminado pela luz das estrelas,
Perfumado por todas as flores do incenso.
Talvez um dia... Em tudo que ainda está por vir.