Divagações
Dou ao corpo o compromisso,
de conduzir na conduta,
minha falta absoluta,
de manter sem rebuliço,
minha vida itinerante,
sobre a Terra encarcerada,
na maldade disfarçada,
no ponteiro, a cada instante...
Dou a mente sem lisura,
esta forma abstrata,
de mulher que não destrata,
nem cultiva a formosura,
nem responde à vaidade,
em seu seio mais fiel,
que alimenta o sentimento,
sem digerir no momento,
seu encontro mais cruel...
Dou à alma o infinito,
como trilha e segmento.
Como luz, discernimento,
como um âmbar circunscrito,
que revela o pensamento,
sem deixar nenhum disfarce,
nem coberturas na face,
que lhes fujam, ao passamento...
Dou ao sonho a minha vida.
Meu sorriso e intimidade.
A coragem e a verdade,
cada dia, e cada lida...
Meu retrato inacabado...
Dôo ao sonho, o meu avesso,
minha obra e meu começo,
no infinito, pendurado...