VITRINES
As semelhanças eram gritantes, feito manequins em suas vitrines,
Com as melhores roupas e medidas perfeitas,
Despertavam olhares e desejos,
Por fora o belo disfarçando o quão oco estava dentro.
As semelhanças eram gritantes, feito carne em suas vitrines,
Tão vermelhas e suculentas, pedaços dentre muitos pedaços,
Que matavam a fome momentânea,
Mas não garantiam por muitas horas a saciedade,
Nas vitrines, o fácil e superficial que qualquer dinheiro podia comprar,
Como um sexo fruto de uma prostituição,
Bijuterias que ficam a mostra sem qualquer zelo,
Diferente das joias que são devidamente guardadas.
Não se pode mergulhar no raso, naquilo que é superficial,
Belos corpos se mostram em uma competição sobre quem é o melhor,
Brilham, assim como vidro ao receber o sol,
Que ao olhar insensível são confundidos com diamantes.
As semelhanças eram gritantes, apenas um sexo disfarçado de amor,
Ausente de sentimentos, sabedoria, envolvimento e comprometimento,
Que não bastava momentos depois,
E que inflava sem preencher.
Clareava como a luz da rua durante a noite,
Mas jamais teria a poesia de uma lua cheia,
Era o fácil hipnotizando e induzindo ao erro,
Quem persistia e se deixava admirar pela ilusão das vitrines.