O cometa

Uma luz permeia o espaço

Alto grau que encandeia

Dispara e deixa um halo cintilante.

Faço força com meus olhos lúcidos

Há vida

Em torno há trevas.

Caminha lento com a distância imensurável

Um homem apruma o telescópio

Os amantes encostam seus rostos pra ver melhor e sentir

O povo corre, é o fim do mundo!

Abre as asas o poeta

Cerceia os outros o fundamentalista.

Há de ser o arrastão

Não do boi bumbá

Mas da cura dos oprimidos

Da paz para as guerras

Do concerto irretocável para os tristes

Do "levanta-te e anda" de Jesus.

Há de ser

Os moleques voltando a brincar nas ruas

Os vizinhos de cadeiras nas calçadas

Os namorados despreocupados na vastidão noturna

Os filhos indo e vindo em suas experiências.

Há de ser

O futebol no campinho de pelada

Ou nas areias das praias

Um mato bem alto nos deliciando com sua sombra.

Há de ser a resiliência do mundo

O explendor humano.

A luz com sua calda torna-se ínfima no espaço

E nós ficamos à ver um céu estrelado.

Deixa um halo de saudade

Que há de ser nosso ponto de partida

Nossa motivação.