Do verde das minhas janelas...
Das minhas janelas, pois tenho duas,
Vi você passar por muitos anos.
Cultivei e estudei suas idas e vindas.
Às vezes você passava tão forte e seguro
Que o comparava ao raro.
Outras vezes, era tão destemido e repleto,
Que eu pesava minhas decisões.
Das minhas janelas, jamais saí.
Perdida em reflexões e pontos escuros de dúvida
Ponderava se havia criado você.
Não sei.
Você sempre passa.
Como se no tempo sempre existissem janelas.
Você veste o seu medo e usa seus óculos de proteção.
E o seu mito... Ele o agrada.
Briga, luta e recua e assimila a perda que escorre em um dia de chuva.
É o que tenho visto das minhas janelas.
Não me completa o acaso.
Não me atrai tantas barreiras.
Então, para não ver estes fios que você tece em uma enorme rede,
De uma "aranha" homicida;
Fechei minhas janelas.
Tão claras, tão grandes, tão verdes.
Não o vejo, não o noto.
Guardei sua Cara de Chuva...