- oh Deus dos céus!

porque de horror o brilho antigo

se estende em manto ambíguo

um malfadado pincel ?

pois teu riso impávido arrebenta

a dor que teu corpo sustenta

pávido das fustigas dos céus

de joelhos imploro-te, oh Deus

Acalentai tal invernada

Que nos atiram o gosto do algoz

teu céu tão lívido, morada de anjos plúmbeos

e estrelas celestiais, beleza que o homem anela

da vaidade sincera, de morrer tão perto delas

mais abaixo na atmosfera

tanto terror e iniquidade transformam

nosso passado tarde na novidade cruel

o latejo de suor em brasa

de vidas rasgadas, de sonhos de papel

nesse brado de espanto que clamo

- oh Deus dos céus!

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 22/05/2016
Código do texto: T5643292
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