Meu corpo parado
Meu corpo parado
minha mente inquieta
Pretendo aforgar-me
Encher o copo de vazio
E beber cada gota de nada
Caminhando na estrada
De bosta e democrcaia
Sendo a boca da fé e da falha
Sendo só poesia
Molhando na chuva os cabelos
E os pés na água salgada
Vou viver mais um pesadelo
Ou acabar não sonhando com nada
Nesse barco navegando na manhã
E um desejo tão profano
Quanto a morte
O amor perecendo sem contexto
Num incesto, um pretexto da invernada
Condimenta a liberdade ilustrada
Numa estrada deserta
As cancelas abertas
Mas os pés sem toada
As estrelas parecem não nos escutar
Se escutam, não interagem
Se estendem intacta no véu nublado
A julgar nosso passado
O algoz e o algoritmo
A forçamentária do impossível
Condição humana inaudível
Permanecer feliz em meio ao fisco