O cinza do céu ensolarado

Hoje senti uma ponta de irritação.

Tocaram a musica mais triste que existe,

a sinfonia da morte.

Me afoguei em meio ao líquido escuro,provei, tinha gosto de sangue.

Ou talvez fosse todo o pouco de vida que me resta se esvaindo de mim.

Fingi milhões de sorrisos,e perguntei a mim mesmo o quão idiotas eles eram pra acreditar.

Inúteis,pobres almas.

Tentar correr,

fugir,

buscar,

amar.

Ah!

Isso toca na minha cabeça,que dói com o barulho infernal um pouco mais próximo.

Tentar,tentar,tentar.

Será que inda me resta uma alma sadia pra ver que nada nunca tem jeito?

Rogo milhões de pragas todos os dias,desde que nasci.

A podridão que bate no meu peito maleável como aço, não é de se surpreender.

Hoje é um dia especial,

dia de celebrarmos a morte lenta que diariamente corroí tudo o que temos,

quando temos.

Talvez amanhã seja um pouco pior que hoje.

Maldita alma que se juntar a minha.

Nuvens com tons entre cinza e preto pairam sobre todos os lugares.

Yngrid Bitencourt
Enviado por Yngrid Bitencourt em 20/05/2016
Código do texto: T5640894
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