Perdido e Desencontrado
De tão covarde a porta já não move,
De tão silenciosa a janela não mexe,
Não há certeza que não me comove,
Nem há decência que num se avexe.
Os braços assombram na escuridão,
As pernas comungam a sua solidão,
Em qual riacho me vejo a me perder,
Em qual nicho me pego a me reaver.
Tantas palavras e paradoxos no luar,
Tantas forças mutatórias a me ceder,
O luar ancora em vida a vos magoar,
A cessão força a força sem pretender.
Me destitua deste rincão reluzente,
Me configure como um sol nascente,
Me perca sendo breu do firmamento,
Me tire as asas pra cair no teu alento.