Escarificando a Idealização

Eu suponho que deveria ser

tudo que apenas você queria

na pretensão desse dever-ser

e não sou, fui e sequer seria

nem por amor ou por prazer.

Componho o inverso do poder

um sentido adverso, eu diria:

Porque versar-se e não poder

em versos dizer que desistiria

Fome perversa, chega a arder!

Reponho tua falsa esperança

por andança descalça na rua

pois ser adulto sempre cansa.

Eu quero a minha alma nua

tornar-me indulto da vingança.

Disponho do direito de falar

posto que me deito no leito

com a vitória de não me calar:

A posição dum comum sujeito

livre da punição de se revelar.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 13/03/2016
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