Ando meio Bukowski

Adornado contra matéria.

Sou feito amor e a miséria.

Um monstro em apneia.

Alastrando a cerebral coreia.

Sou a calma pobre

Onde resta a cor cobre

Dos antepassados pulmonares.

Das ideias perpendiculares.

Um substrato do bizarro

Uma apoteose do profano

Onde sou menos desumano

Entre o Abraço e o escarro.

Me torno podre ao natural

Essa limpeza que devasso

Que nem em helicarnasso

Haveria algo tão escultural.

Prefiro me largar as traças

Pois no meio das desgraças

Sou mais coerente

Do que a certeza carente.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 11/03/2016
Código do texto: T5570936
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