ENTRE
Juliana Valis




Entre as tantas fábulas mal contadas do mundo,

Cada sonho se rende ao que seja futuro,

Mas não se vende o amor denso, só e profundo,

E não se afugenta na dor o que seja obscuro...




Entre os tantos enigmas de uma alma humana,

Perquire-se o sol em labirintos de amores,

E os corações tão incautos, nessa febre mundana,

Perdem-se já nos planaltos das mais lídimas dores...




Ah, venham-nos cores de paz, de afeto, de luz !

Pois não queremos perder, assim, tantos sonhos

Em dias medonhos que a violência conduz ,

No que traduz a mentira em tempos medonhos !




E, portanto, na alma, venha morar a verdade,

Como mar que transcende esses versos tristonhos!

Universos de amor, entre o sol e a saudade,

Dispersos na vida, além dos céus enfadonhos,

Olhares do bem nessa luz que te invade,

Perquirindo a verdade que seduz o que somos:

labirintos humanos numa só tempestade.



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