MONÓLOGO - DEVERES ESPIRITUAIS
No dia 13 próximo passado congreguei na igreja de Vila Medeiros.
Lá, vi coisas que nunca tinha visto. Mas não fiquei impressionado, porque já esperava ver o que ainda não tinha visto. E fiquei muito contente.
Naquele templo encontrei muitos irmãos realmente espirituais e cheios do temor de Deus. E notei algo muito interessante: o número de participantes do coral daquele lugar é aproximadamente igual ao número de participantes de toda a nossa igreja, aqui em Cumbica. E nesse coral havia irmãos de diversas idades, desde jovens até os mais idosos, e todos cantavam numa só voz.
Num monólogo anterior que falo a respeito da Participação Espiritual da Igreja, eu reclamava da atuação dos irmãos nos trabalhos espirituais. Porém, também reclamava que não interessava números, mas que os poucos voluntários trabalhassem juntos. E graças a Deus as bênçãos aumentaram, porque uns poucos estão fazendo por muitos.
Não houve só manifestação da mocidade quanto a isso, mas pessoas de fora já alertaram também o nosso movimento, com isso o nosso trabalho que rendia pouco antes, agora rende mais.
1) Eu fiquei maravilhado quando pela primeira vez ouvi alguém falar em línguas estranhas do meu lado, ele é um irmão muito espiritual, muito preocupado com a reunião daquela família em Vila Medeiros. Eu já o conhecia muito antes de me converter em Jesus Cristo – e devo a atenção especial para duas pessoas quanto a minha iniciação no Evangelho: a ele e a uma jovem que sempre está comigo – e ele também namora um ex-catequista da igreja católica, ela lecionava há oito anos. Não tenho muito que dizer sobre isso, mas com a fé dele, ele lhe anunciou a palavra e os pais dela estão por aceitar o Evangelho de Cristo; glória de Deus por isso! Daquele templo ele é o único que conheço, no entanto existem semelhantes e cada um tem uma conquista para contar, pois se nota o temor e a espiritualidade deles.
2) sou Adventista da Promessa há muito pouco tempo, mas pelo que pude ver, a igreja em Cumbica está muito superficial e terrena. Foram raras às vezes, umas cinco acredito, que ouvi e vi alguém falar em línguas espirituais aqui e ainda assim foram duas irmãs idosas e, o que acarretou isso foi a vinda de irmãos de outras igrejas mais espirituais e que conseguiram, através do Espírito Santo, mover o coração dessas irmãs.
3) A nossa mocidade está se empenhando em aumentar cada vez mais esse movimento, no entanto precisamos de mais voluntários. Jesus disse para o jovem rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu, depois vem, e segue-me (Mateus 19:21)”. Eis aí uma decisão muito difícil, mas que os crentes não pensariam duas vezes em aceitar. Sabe como é gostoso ficar depois do culto, ensaiar, fazer reuniões e programar atividades do mês, e é mais gostoso ainda realizar tudo conforme o programa, porém, fazer com sinceridade e entendimento. E, fins do mês passado fizeram um roteiro espiritual na Manção Betel. Concordo sim que foi um roteiro pouco espiritual, porque quase todos foram lá com o intuito de se divertir, o que levou o retiro espiritual ser muito pouco espiritual. Essa preocupação em se divertir não deixou ninguém tranqüilo para o fim do retiro, ou preocupados em louvar o nome santo do nosso Deus, que era o propósito desde o princípio. E mais uma vez o inimigo venceu, porque abrimos portas e janelas para que ele entrasse. É interessante dizer que muitos são chamados, mas poucos serão escolhidos (Mt 22:14). E nós estamos novamente fraquejando por comodismo.
4) Jesus disse que se tivéssemos a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríamos para uma montanha que se mova de um lugar para outro e ela iria (Mateus 17:20). E no nosso caso o que está indo é a fé. Imaginem só: Os lírios não trabalham nem fiam. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais aos homens de pouca fé (Mateus 6:28-30)? E a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hebreus 11:1). Sendo a fé o firme fundamento das coisas que se esperam, então, é pela fé que veremos as coisas acontecerem e nenhum mal nos sucederá, pois, caiam mil ao teu lado e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido (Salmo 91:7). Glória a Deus por isso! Sendo também a fé a prova das coisas que se não vêem, como, então, iremos obter bom testemunho? Como saberemos que é o Espírito Santo que atua entre nós? Contudo sem fé é impossível agradar-lhe: porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam (Hebreus 11:6). A nossa fé é morta sem obras. Eu poderia dizer: eu tenho as obras e você a fé, mostra-me, então, esta sua fé sem obras, e eu, com as obras te mostrarei a minha fé (Tiago 2:17,18). É até questão de se pensar um pouco, porque uma pessoa é justificada pelas obras, e não por fé somente. Eu poderia dizer que o corpo sem espírito vive? Pois é, a fé sem obras também não vive (Tiago 2:24-26).
5) Portanto é uma alegria imensa ouvir e ver gente nova, gente trabalhando e saindo às ruas e falando do Evangelho enfim, fazendo o que Deus nos pede: Ide. Os apóstolos puseram-se a campo, em obediência ao “ide do Senhor”, confiados nele e na sua presença: Receberás poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo... A narrativa de Lucas deixa-nos admirados com a vida atuante daqueles homens anunciando a palavra, apresentando o Senhor ressurreto, com destemor, enfrentando corajosamente oposições, açoites, prisões e morte até, por amor do Evangelho. E como conseguiram isso? A escolha que enfrentaram, tendo o próprio Jesus como Mestre, ensinou-lhes a buscar na fonte certa, o suprimento necessário para serem testemunhas fiéis e decididas: Importa obedecer a Deus. Os apóstolos puseram em prática tudo o que aprenderam e receberam do Mestre Jesus. E o que me deixa mais triste agora é que já aprendemos muita coisa do Mestre e ainda não colocamos em prática. Seríamos capazes de enfrentar oposição, açoites, prisões e até morte por amor do Evangelho? Os apóstolos foram capazes, porque foram doutrinados no cultivo da mansidão, na prática da oração e da fé. Importa realmente obedecer a Deus ou fazer a vontade da carne? Pois a Bíblia diz que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra no dia do juízo do que para com o pecador de hoje (Mateus 11:24).
6) Eu não o conheci e nunca antes ouvi falar dele: Walter B. Knight, mas se algum irmão ou irmã tiver ouvido falar deste homem, dou a oportunidade para esclarecer a respeito; caso não haja, não importa, importa sim o que ele disse: Não há visão mais bela e inspiradora do que, quando do púlpito, contemplamos uma família sentada junta, para adoração do Senhor.
Aleluia!
14.05.1985