O caseiro de sentimentos.

Sou caseiro dos sentimentos

dos quais nunca terei escritura

ou documento de posse.

Jogo farelo de milho para as galinhas,

lanço gravetos aos cão

e vou arrancando com as mãos

uma a uma as ervas daninhas.

Enrolo o palheiro na varando

enquanto penso em outra casa de fundos

que também não vou chamar de minha.

Me distraio com as luzes

da festa da casa grande

que refletem nas poças

da chuva que caiu à tardinha.

Desembolo a rede

e enquanto penso no nada ter

durmo.

Max Olivete
Enviado por Max Olivete em 23/10/2015
Código do texto: T5424574
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.