Marionete
Me usurpam da inteligência o brilho
e me devolvem a concessão da vida.
Me impõem do caminho o trilho
e da chaga a natureza da ferida.
Me usurpam do brilho a sabedoria
e me devolvem a concessão do ócio.
Me impõem da dor a agonia
e do arbítrio me impõem um sócio.
Me usurpam da sabedoria a liberdade
e me devolvem a concessão da sorte.
Me impõem da política a leviandade
e da sobrevivência me impõem a morte.
Me usurpam, enfim, eu de mim mesmo
e me devolvem a concessão dum sonho.
Me impõe do imponderável o ermo
e da eternidade me impõem o sono.
Marionete que sou do egoísmo,
do meu e de outros tantos.
Tolhido da coragem, o heroísmo,
inda me resta a concessão do pranto.
Se aos cordéis entreguei os meus encantos,
Pinóquio foi o meu nome de batismo.
Me usurpam da inteligência o brilho
e me devolvem a concessão da vida.
Me impõem do caminho o trilho
e da chaga a natureza da ferida.
Me usurpam do brilho a sabedoria
e me devolvem a concessão do ócio.
Me impõem da dor a agonia
e do arbítrio me impõem um sócio.
Me usurpam da sabedoria a liberdade
e me devolvem a concessão da sorte.
Me impõem da política a leviandade
e da sobrevivência me impõem a morte.
Me usurpam, enfim, eu de mim mesmo
e me devolvem a concessão dum sonho.
Me impõe do imponderável o ermo
e da eternidade me impõem o sono.
Marionete que sou do egoísmo,
do meu e de outros tantos.
Tolhido da coragem, o heroísmo,
inda me resta a concessão do pranto.
Se aos cordéis entreguei os meus encantos,
Pinóquio foi o meu nome de batismo.