Viagens nas noites frias
Viagens nas noites frias
Antecipada noite quase a viajar,
Cheias de bons e maus pressentimentos.
Voando nesses tenebrosos ares,
Em baixo os profundos mares,
Lembro os navegantes em tormento.
No avião singrando a escuridão,
Bem no alto o firmamento estrelado.
Dei por estar a segurar uma mão,
Acordei, tudo não passou de ilusão,
Acordei e voltando-me para o lado.
Quase todos dormitando na hora,
As luzes da aeronave eram mortiças.
Desejando chegar sair para fora,
O sono arredio foi-se embora,
Os membros dormentes como cortiças.
Noite infinita dentro do aparelho,
Engenhoca da engenharia espacial.
Uma senhora via-se ao espelho,
Acordou um menino ainda fedelho,
Esta viagem longa mas especial.
Estas horas, era longas tediosas
Fechados como sardinhas em lata.
Ouvia-se vozes algo ansiosas,
Tinham partido mas já saudosas,
Viagem começara já está farta.
J. Rodrigues (Galeano) 24/10/2014