A AMADA DE ZIUL OTSUGUA

A AMADA DE ZIUL OTSUGUA

Sonhei com a perfeição. O eruditismo não me permite muito derivar, pele dourada, dentes perfeitos igual ao marfim, menina-mulher que sorri com os olhos, às vezes lânguidos que querem dar outras conotações, cabelos de retrós de seda, inconfundíveis fios balsâmicos, odorantes. Passos e coxas fortes, forjadas como na bigorna de Marte. Fala simples e profunda, poder de persuasão, ancoras as ideias como a sutileza do amanhecer. Sou psicoinduzido a aceitar no que acredita, não tenho ressalvas, ela é um potentado, uma nação que possui direitos legais ou políticos em outras terras, Ingleses no estreito de Gibraltar, Mariners no Canal do panamá. Estratégia com resquícios de dissimulação para o domínio. Doce, assim como uma donzela na jus primae noictes. Embora que o coração bata frenético, é preciso ter cuidado para não se ferir. O espólio de uma guerra fria, sem vítimas. Produtora dos frutos mais suculentos e nobres deveria haver conflitos dentro dessa tônica. Mas, ela é Luz, Alva, Alba, Blanche . . .viço. Às vezes a luz ofuscante na implacável incidência, não nos permite ver a energia que dali emana, não possui um rotâmetro, um seccionador capaz de se utilizar parcimoniosamente. É um flash, e toma mil megatons ! Desloca-se de forma uniforme e voraz, esteriliza o caminho, uma remoção, limpeza seria um termo apropriado. Sucumbem os antagônicos de todas as classes, ordens, famílias, gêneros e espécies. Os oprimidos por vezes perecem, mas, as daninhas sempre. A diretriz primeira para muitos é a liberdade, “Libertas que serás também”, é a ordem dos dias. Então, não há necessidade da compaixão, o cativo liberto está. A hecatombe é relativa, lá vem o alemão-judeu novamente. Não há críticas severas, apenas o fio da meada não foi pinçado. Não há uma alma que detenha toda sapiência, por isso o inconformismo se repete como as ondas, mas, sem Tsunamis. A amada, o branco, também possui pontos escuros da atmosfera poluída de nossas vidas, relações, dissoluções, carências, perseguições infundadas, mas se vibra na luz, potencial sem precedentes, 300.000 quilômetros em apenas um segundo, assim, podemos voltar no tempo, retocar a maquiagem, utilizar eufemismos, atenuantes, não redundantes. Vive-se em paradoxos - Volta para mim no futuro, na mesma ponte que nós já viajávamos, retoma o que não iniciou, essa viagem do tempo, é útil afinal ? Te reencontrei e te vi pela primeira vez, esse é o justo uso da energia, dos teraergs que de ti emanam, suavizante de nossas antigas futuras vidas sem máculas, livres de salpicos que não lançamos, adversos à nossa vontade. Por que um modelo de radical tão grandioso e sufixo diminuto ? Primando as diferenças, tudo se pode utilizar, não há um erro, apenas uma dimensionalidade que criamos. Estrada lisa ontem, poderá ter uma depressão no amanhã ? Claro que sim, não temos onisciência, é daí que é expurgado o prazer incomensurável, das diferenças, as quais nos impõem coisas que jamais imaginaríamos, pois, não pertencem ao nosso particular modelo. Emoções são turbilhões que tendem a desordem, a termodinâmica foi escrita por ti. São mais de 200 leis, mas só conhecemos algumas poucas. No equilíbrio, após o pico, somos protegidos, tuas sementes embora pequenas, são como as sequoias que produzem árvores frondosas, gigantes. Blanche, você é a digressão oportuna, que na realidade não deveria existir, pois assim já se encontra teu estado fundamental. Sedimenta a ideia de que as mudanças de rumo, da ideia original em ti se organiza termodinamicamente, sem tender a entropia. São então novos céus e novas terras, novas leis, um novo estado de coisas, não mensuráveis para muitos, mas que mapeado milimetricamente por mim. É a ideia do côncavo e o convexo, quem reveste quem ? Isso é complementaridade, uma ablação de coisas não ponderais. Um envergamento espaço-temporal, que aproxima e distancia mundos, que nos dá a impressão de infinito. Assim me permeias e és permeada, insólito para muitos uma viagem rotineira para mim, na visão simplista de tantos apenas uso de semântica, são fariseus da nova nova-ordem, cultural, moral, mortal.

Para os que vivem presos a essa tridimensionalidade, são pensamentos e ações intangíveis, para os viajantes do tempo, apenas o tempo, tempo, tempo . . .