Incógnita

A Lua é Nova, a história é a mesma.

A dor é constante, embora já conhecida.

Observou com cautela todos os seus ferimentos e puxou pra perto, sua caixa de primeiros socorros.

Não havia linha para sutura e nem gazes para estancar o sangue que esvaia de suas entranhas, a ponto de fazê-la enojar-se de seu próprio interior.

Esforçava-se muito e cada minuto que passava, era crucial para sua sobrevivência.

Métodos alternativos para conter a hemorragia, não foram o suficiente para mantê-la em pé.

Desdobrava-se, dia-a-dia, para encaixar-se no pequeno espaço que havia sobrado entre o real e o abstrato de sua vida.

Estava cansada de todos esses esforços em vão, mas nem pra desistir seu corpo encontrava forças.

Inércia.

Criou teorias, torcendo para que elas fossem só mais um de seus devaneios tolos.

Apneia. Arritmia. Hipotermia. Tumulto!

Um choque em seu coração e voltaria à vida.

Quem controlará as pás dessa vez?

Nadine Borges
Enviado por Nadine Borges em 02/12/2014
Reeditado em 02/12/2014
Código do texto: T5055775
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