“CURITIBA: FRIO e FRIEZA”
Cinco ponto setenta e cinco graus, nesta madrugada...
É inverno em Curitiba...
Que acolheu a mim, nascido noutra urbe,
Linda cidade, que amo demais...
Lembra a Suíça, em ordem, limpidez, clima...
Os lares aquecidos deixam o frio do lado de fora...
Mas Amiga, não se iluda, a perfeição é utópica...
“Quem não conhece as favelas
De Curitiba, não sente
De perto, os dramas da gente
Que veio expulsa da roça.
Vá visitar uma delas
E hás de voltar convencida
Que as doçuras da vida
Não é a riqueza que adoça
Verás que gente simplória
Suporta a louca miséria
Sem uma lágrima séria
Contra o Senhor (...) *”
Ali o frio (5,75 graus) encontra seu reduto, e nossa frieza (zero grau) o acoberta de razões.
Razões que raramente matam, preferem impingir a dor.
Aquela dor que atinge os que não têm defesa,
nem pão,
nem cobertor...
Aquela dor a que somos imunizados pela nossa frieza,
Tibieza,
Fraqueza,
Pobreza,
De espírito, de humanitarismo, de racionalidade...
Aqueles agasalhos, aqueles cobertores mantidos no fundo do armário...
Que não mais são e que jamais serão utilizados,
Que estão ajuntando traças, acolhendo ácaros...
Doe-os...
E com eles, um pedaço de calor, a seus semelhantes...
Dessemelhantes no poder-ter a segurança de um lar aquecido,
O aconchego de um cobertor,
A certeza de um hoje com pão...
A você daqui, há vários ônibus na cidade esperando por sua iniciativa...
Confira outros meios no site:
http://www.curitiba.pr.gov.br/Noticia.aspx?n=9232
Faça alguma coisa...
Qualquer coisa.
Ao menos se emocione...
A indiferença, a frieza,
Sempre,
Dói mais,
Muito mais,
Que o próprio frio.