Paisagem
Eu queria entender essa paisagem grotesca à minha frente,
Essa paisagem que eu constantemente desejo tanto
Quando eu estou aos pés do outro lado da montanha.
Eu queria saber porque essa minha mente,
Que em sua abstinência entra num profundo pranto,
Faz com que eu suba com toda essa determinação estranha.
Eu não consigo entender, por mais que eu tente,
O porquê de dessa paisagem só me causar espanto
Quando a vista dela meus olhos arranha.
Deve ser porque por trás dessa aparência quente,
Por trás de bocas que emitem palavras como canto,
Por trás de uma sedutora íris castanha,
Há uma autodestruição que só fica evidente
Quando estou prestes a cruzar a linha que divide o santo
Daquilo tudo que, numa luta contra a carne, ganha.