DESERTO DA VIDA
No deserto da vida, quero água pra beber,
O vento me sopra areia, o sol a me padecer,
Na imensidão do deserto, ninguém do meu lado,
Nos caminhos onde piso, onde estou abandonado.
Me debruço no fracasso, na tristeza do deserto,
Vejo uma luz no infinito, na mesma hora me desperto,
Olho pra esquerda e pra direita, e não vejo saída,
Pra que rumo chego ao fim, nesse deserto da vida.
Continuo esmorecido sedento e com fome,
O vento do deserto,
Água salgada por perto,
E o sol que me consome.
A vida levada a sério, baseada no deserto,
De quem já sofreu primeiro,
Mas o fim já está perto.
Esperou o tempo inteiro,
Desanimado de morte,
Mesmo sentindo seu cheiro,
Aguardava em outra sorte.
Assim sofre o poeta, com vontade de vencer,
Pede água no deserto, e ninguém a oferecer,
Arrastando de joelho, com calos que lhe acocha
Acredita em saciar-se, com águas que sai da rocha,
O sol do sofrimento, e a sombra que acompanha,
É a força desse poema, que me faz subir montanhas.
Depois que passei tudo isso,
Uma fonte de água achei,
Quando estava no deserto esquecido,
Só minha sombra encontrei.
Me pus sobre uma pedra que estava perto da fonte,
Até me recuperar,
Pra seguir meu caminhar,
Rumo a um novo horizonte.
Autor; Gilson R. Albarracin
Nota Recomendo ao leitor que leia também poesias de "Gionaldo Lopes"