Imensurável

Naquela manhã de inverno encontrava-se parada numa encruzilhada.

Só o que tinha consigo era a velha mochila preta.

Mochila cheia de pesadelos, um caderno e uma caneta.

O suor frio exalava receio, a confusão se instalava novamente.

A bússola da vida apontava para o Norte, o seu imã interno a puxava para o Sul.

Pela primeira vez, dois pólos diferentes se repeliam.

Era um amontoado de ideias.

Ideias silenciadas dentro de uma mente desesperada.

O tic-tac do relógio dizia que estava na hora.

O tornado de emoções estava passando e deixando em ruínas o que havia sobrado da última vez em que se encontrara naquele estado.

Procurou salvação na fortaleza que havia construído.

Pisou em minas terrestres e saiu ilesa.

Estava salva, mas sua alma não estava sã.

Internamente ela gritava, o tempo todo!

E até então, não se fazia ouvir.

Estava instalada a guerra pessoal.

Seus anjos estavam em uma batalha interna com seus demônios.

Estava presenciando o apocalipse.

(...)

Voltou a si com a luz do luar, que cegava seus olhos carregados de emoções mundanas.

Percebeu que a exaustão havia tomado conta de seu corpo, levemente dolorido pelas horas que a consumiram.

Um tiro.

E foi dada a largada...

Nadine Borges e Taie
Enviado por Nadine Borges em 13/07/2014
Reeditado em 14/07/2014
Código do texto: T4880703
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