Filho da arte vadia.
Das artes sempre soube que era filho
Um filho mimado, preguiçoso e tímido
Mamei e fui acalentado por várias delas
Porém uma sempre me sorria mais que todas
Eu criança me divertia, me sujava
E ela ria e de toda minha bagunça achava graça
Acho que antes de nascer ela me queria
Sou filho da mais largada, da mais vadia
Não vai ter fan club na saída do palco
Nem aplausos no final
Da peça, sessão ou da apresentação
Nem levantarei cidades que rimem com lichia
Trabalho foi me trancando me fazendo solitário
As vezes visto o palito e saio pra sorrir
Por vezes confesso, tive que mentir
Ansioso pra voltar para minhas tintas, pincéis e trapos.