Fulano da Silva

Deu um gole no chá verde gelado

e ao descansar a xícara, sorriu.

Viu-se num lago novamente o guri

que brincava um dia com seus sonhos alados.

Congelando o momento foi trajando o futuro

luz no fim do túnel do incerto predestinado.

No amanhã um apogeu deveras absurdo

a essência madura que utopicamente nasceu.

Viu-se feliz com o viver protegido

viu-se ungido com o suor de mil anjos.

Na boca pequena um grandioso sorriso

e aos ouvidos os violinos em arranjos.

Faz-se adulto, pecante e andarilho

com rugas no rosto e prantos guardados.

É trem de carga que não carece de trilhos

Abandonou seu abrigo - sem culpa - sem mágoa.

André Anlub®

(8/1/13)

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