Cores do tempo I
Vi o mar azul entre dois rochedos negros, imaginei que eles poderiam ser alaranjados ou que tivessem as cores do arco-íris sob um céu azul, acetinado...
E assim pensei em mudar as cores do tempo e transformar as coisas no mundo:
O despontar do sol nascendo e perfumar a rosa dos ventos; colorir o azul do céu que ao chover fica cinzento; abafar o ruído dos trovões que são tão barulhentos e jamais sentir calor ao perceber a falta dos ventos.
Gostaria de fazer um oceano com a lágrima que o meu pranto derrama, responder sempre “sim”, quando por mim alguém chama; nunca pensar em tristezas, pois alegrias meu coração reclama.
Se pudesse, eu construiria uma torre de ouro e de marfim, enfeitaria minha cidade com fitas de cetim; Faria canteiros de rosas, azaleias e jasmins, que certamente seriam um paraíso sem fim.
Mas... Perdoa-me Meu Deus Bendito se hoje eu pensei assim,
E livra-me do pensamento maldito que o diabo inculcou hoje em mim!