Densa selva
ó luz, iluminai minha face.
tu que estais eclipsada por estas árvores....
Descubra tudo que estás oculto,
nestas trevas, neste cenário rubro...
Ó assombração, cujo terror refletes a intangível realidade,
Se desfaça em verde vegetação, colorindo a paisagem...
Ao meu redor, no horizonte: não vejo oásis, vejo apenas a extensão,
do que predomina em meu campo de visão...
como se o mundo, o qual habito,
resumisse em todas as coisas com os quais lido,
É como se o que sinto,
não fosse nada mais do que o reflexo daquilo que meus olhos viram...
Quando estou assim, em terreno hostil,
reconheço como sou vil,
encontro-me acoado como um menino,
no meio desta selva, sem destino.
Ó solidão, que me acompanhas na hora dúbia,
fazendo-me enxergar o quão bem faz uma companhia,
agora desperto,
posso ver que, apesar de aqui não haver areia,
estou num deserto...
Deserto de emoções vazias, miragens vagas,
pensamentos hostis, mente opaca..
Antes, tudo o que mais queria era conforto,
agora, tudo o que mais quero é não estar morto.
É como se, uma vez saciado o corpo,
queremos saciar nossa mente,
e, assim seguindo, até felizmente
saciar o todo...
Se a natureza é bela, pode ser execrável,
É perfeita quando intocada, quando contemplada é admirável,
Tanto quão generosa e bondosa, és também, majestosa e poderosa,
Se á tudo resistes ao tempo, és por certo indiferente ás horas...
Insondável mistério, impenetrável túnel, incompreensível inquérito..
és por certo, inspiradora das perguntas dos cientistas,
que até hoje não são respondidas.
meus olhos vêem apenas a superfície,
mas não sua essência escondida.