LUTA ETERNA

LUTA ETERNA

Letras...

Pensamento...

Mãos...

Meios...

Palavras...

Língua...

Inspiração...

Para que misturá-los?

Por que esta perene luta?

O quê a isto me leva?

A quê isto me leva?

Por que esta necessidade?

Que eu pense, que eu sinta...

Mas, por que expressar?

Dos sentimentos alheios, o que me faz sentidor?

Das alheias emoções, o que me faz provocador?

Dores de outros me afligem,

Alegrias de outros me tocam.

Que eu goze, que eu sofra!

Precisa o mundo saber?

Se vivem, se morrem,

Tenho eu que sentir?

E dizer?

Mas... se não sinto, sofro.

Se não revelo, ainda mais sofro.

Por que não consigo fugir da métrica função,

Da rima, ou da rítmica expressão?

Estarei a esta luta infinda condenado?

Por que não posso permanecer calado

E escapar incólume da literária peleja?

Talvez então assim seja:

O arco estar para a seta,

Como para o suplício o poeta.

Leopoldina, MG.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 11/04/2007
Código do texto: T445449