LUTA ETERNA
LUTA ETERNA
Letras...
Pensamento...
Mãos...
Meios...
Palavras...
Língua...
Inspiração...
Para que misturá-los?
Por que esta perene luta?
O quê a isto me leva?
A quê isto me leva?
Por que esta necessidade?
Que eu pense, que eu sinta...
Mas, por que expressar?
Dos sentimentos alheios, o que me faz sentidor?
Das alheias emoções, o que me faz provocador?
Dores de outros me afligem,
Alegrias de outros me tocam.
Que eu goze, que eu sofra!
Precisa o mundo saber?
Se vivem, se morrem,
Tenho eu que sentir?
E dizer?
Mas... se não sinto, sofro.
Se não revelo, ainda mais sofro.
Por que não consigo fugir da métrica função,
Da rima, ou da rítmica expressão?
Estarei a esta luta infinda condenado?
Por que não posso permanecer calado
E escapar incólume da literária peleja?
Talvez então assim seja:
O arco estar para a seta,
Como para o suplício o poeta.
Leopoldina, MG.