Lamparina Dançarina.
10ago2013.
Mesmo que ninguém consiga
Ver luzir as lanternas ardentes,
No deserto das almas viventes,
Habita o espírito, elusiva diva,
Errante, nas sombras em fuga
Indicando o caminho da ruga
Expõe, que há a vil juventude
Nascida da lágrima que teima
Interpretando dores e horror,
A vida, sucinta é volátil e voa.
Ser, fugaz, qual chama queima,
Mulher radiante, esvaindo, rota
No tempo, sobrevém se esgota
Mesmo que nesta eternidade
Alimentem sombras, mentiras,
Devoradas eis em veridicidade.
Na grande sala de ilusões, a vida,
Em esvoaçantes veste dançarina.
Um dia a criancinha chora,
A puberdade, a meninice...
Logo foi a infância embora
E à porta, ronda a velhice.
Amores, saudade. Vige o tempo,
Memórias em linhas esculpidas.
Traços fósseis da humanidade
Urdidos em grosseiros paredões
Tédio, dos covis, nossas vidas.
Ilustração: Pintura_Carnaval
De Lawrence AlmadaTadena.
De Lawrence AlmadaTadena.