A MÃO DA POESIA
Mão que insana canta e versifica,
Punho errante que dilacera almas;
Que busca guarida em rabiscos
Deixados por glórias ou dissabores.
Mão trémula, e por vezes oprimida.
Mão que acasala lembranças idas;
Que busca moradia em lábios nunca
Visto ou sentido...
Mão regida por versos sustenidos;
Que labuta em noites nuas... que
Traveste-se em ode quase vencida
Pela a timidez do tempo.
Mão arguta, que em sonante versejo
Faz-se esteio perpetuo, a socorrer
A boca mórbida da tristeza humana.
Mão, que do poeta se faz guia.