Mistérios dos tempos
Eu fico a pensar na noite, sozinha,
nos anos que passam
sem fazer barulho,
eles nos seguem em silêncio,
na ponta dos pés.
E quando param, mostram
o que há de melhor,
como para se desculpar do fardo
das dores passadas.
Os anos são calmos,
não fazem barulho,
nos encaram bem quietos
e ferem o coração.
Moldam o nosso rosto,
cavam na nossa alma
nos transformam cada dia
nisso que somos!
Os anos vividos são o presente
e serão, no futuro, um círculo sem fim
de ilusões, lembranças,
esperanças sofridas, alegrias e dores
que vagueiam na circunferência
do tempo sem se alcançarem jamais...