Quem sou

Não sou do jeito que imaginaram

Não sou do jeito que imaginei

Sou do jeito de me ver

Sem me arranhar demais

Nunca fui muito boa em contas

Em me manter equilibrada

De ficar muito tempo falante

Mesmo querendo escutar minha voz

Por muito tempo

Me percebi um brinquedo antigo

Um desenho sem contorno

Um meio largado em anos

Foi ruim sentir tanta náusea

Tanto medo de seguir em frente

De me ver como uma pessoa de vida

Normal pra se ter uma vida

A prisão de alma e comodidade

Faz muito mal quem quer ser livre

Quem não pode suportar paredes em volta

E dentro de si mesmo

Foram dias de solidão e vertigens

Foram sofrimentos aleatórios

Foram sem querer sentir

Foram horas amargas

Nunca tive tanta consciência

Do mal que eu mesma havia me feito

Dos momentos que perdi pensando não perder

Dos dias sem querer sair pra ver o sol

Pensando e pensando

Não haveria uma conclusão certa

Olhando e olhando

Do mesmo jeito que estava

Acho que a liberdade ainda vai me dar um nome

Acho que ainda preciso que ela me dê seu nome

Acho que preciso lutar pra ser quem eu sou

Quem falo e penso ser todos os dias.

Naty Silva
Enviado por Naty Silva em 30/05/2013
Código do texto: T4317508
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