SERVIL REALIDADE
Que contrastes a urbe prega,
Da mão que joga, ao transeunte gentil.
Da simplicidade cega do afago,
Ao verniz opaco do sorriso forçado!
Cidade pulsante e mórbida,
Célebre e degradante,
Atenta e despreocupada,
Vulgar e pudica,
Faminta e saciada,
Frustrada e feliz.
Por onde olho, podridão!
Cheira inodoro, mas corrói o perdão.
Que fazer? Calar e se jogar no chão?
Caos vibrante merece devoção!
Tudo tão tênue, frágil,
Harmonia em sombras,
Incauto espírito assolado.
Dia-a-dia torvelinho,
Em ti caminhar,
Reaprendo a andar!
Ah, realidade posta!
O que fizemos e erramos?
Até quando jaz servil,
Verteremos prantos em nossa tumba insossa!