Café, Despedida, Poesia

Sentada naquela mesa
Entre o tempo e o som,
Nenhum sentimento instalado possui razão ou rima.
Tão somente o ar permanece,
Misterioso e obscuro,
Circundando.

A vontade urgente de quebrar os resquícios da paixão sazonal
Cala-se perante a incumbência errática do futuro.
Nenhuma redoma protetora salvará o amanhã.

Imagens correm estáticas,
Frame by frame.
Aquele rosto inesquecível,
Aquela sensação inaudível,
Sufoco.

Demônios previstos pela cigana encaram-me.
Preciso levantar-me daqui,
Forças esvaindo,
Juro:
Só mais uma xícara de café,
Mais um gole da amarga delícia,
Seguirei.
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 21/03/2013
Reeditado em 09/04/2013
Código do texto: T4199904
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