Cidade do Repouso

Cidade de ruas estreitas,
Demarcada de pequenos espaços retangulares
Labirinto de terra batida fofa e escura
Muitos entram, um fica e não volta,
Tem hora de fechar a porta
Para um infinito repousar.

Cidade calma e de respeito, onde só moram
Aqueles que por direito, merecem repousarem
As ruas não têm nome, mais o número vai encontrar.

Cidade onde não se tem privilégios
Por regra é igualdade, esquema não há
A visita é controlada é vigiada,
Não se pode abusar,
Só tem uma entrada e uma saída
Com a pasta pode andar.

Cidade dos sofridos, dos recém nascidos
Todas as idades encontram por lá,
Todos por igual na horizontal
Espaço apertado, com madeira forrada para reciclar.

Cidade que guarda a memória
Casa onde dormem, os que já não podem sonhar
Lugar sem opção, um dia sem exceção vamos habitar.