Há dias assim

Nos dias em que o sol chama

Quando o céu solta o seu brilho

Há vida nos resquícios de lama

Há canto nas pedras que trilho

Mas se o frio estende a mão

E a nuvem amarra a luz

A sombra vinda do chão

Apaga a voz dos pés nus

Há dias que são assim

Sem sol, sem luz, sem som

Meus olhos choram por mim

O mundo jaz triste e sem tom

Então perdido e sem norte

Sigo as trevas, alma aberta

E deixo nas mãos da sorte

Minha vida, qual oferta

Mas se um pingo de mel

Espreita e me faz parar

A nuvem arrasta o fel

E a lama volta a brilhar

Há dias que são assim

Outros são arcos de cor

E eu arranco de mim

Um vale inteiro de dor

Antaco
Enviado por Antaco em 31/01/2013
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