FRIO COMO PEDRA
Lançado em tempos de guerra
O medo se propaga pela terra
Eu vejo as crianças nas capelas a rezar
E contemplo sua divindade lhes abandonar
Vejo as pessoas se ferirem
E os monarcas apenas sorrirem
Dominados por uma humildade decadente
Esta corrompida e deturpada a sua mente
A espada esta a solta pelas ruas
Com verdades requintadas e nuas
Frio como pedra, é lutar ou correr
Frio como pedra, é matar ou morrer
Tolos, sábios eloquentes e caducos
Que servem aos monarcas como eunucos
Somos torres ou peões
Não há heróis ou campeões
Palácios majestosos ao norte
Ao sul vilarejos cheios de morte
Até onde vai a hipocrisia e a insanidade?
Como ainda se pode chamar isto de sociedade?
Essas ruas já foram meu lar
Por isso estas palavras vou proclamar
Frio como pedra, você esta também
Frio como pedra, não há descanso no além
Eu vejo meus irmãos desfalecerem
E os corruptos apenas enriquecerem
A limpeza é somente uma nova sujeira
Ja é tarde não há outro caminho ou maneira
A lâmina espera no cume do cadafalso
Pela pobre cabeça de um vilão falso
Homem ou mulher a morte nos espreita
Em cada esquina, viela ou rua estreita
Frio como pedra, o que governa é a nossa falsidade
Frio como pedra, não há como esconder nossa unica verdade
(Tiago André Brêta Izidoro)