FRIO COMO PEDRA

Lançado em tempos de guerra

O medo se propaga pela terra

Eu vejo as crianças nas capelas a rezar

E contemplo sua divindade lhes abandonar

Vejo as pessoas se ferirem

E os monarcas apenas sorrirem

Dominados por uma humildade decadente

Esta corrompida e deturpada a sua mente

A espada esta a solta pelas ruas

Com verdades requintadas e nuas

Frio como pedra, é lutar ou correr

Frio como pedra, é matar ou morrer

Tolos, sábios eloquentes e caducos

Que servem aos monarcas como eunucos

Somos torres ou peões

Não há heróis ou campeões

Palácios majestosos ao norte

Ao sul vilarejos cheios de morte

Até onde vai a hipocrisia e a insanidade?

Como ainda se pode chamar isto de sociedade?

Essas ruas já foram meu lar

Por isso estas palavras vou proclamar

Frio como pedra, você esta também

Frio como pedra, não há descanso no além

Eu vejo meus irmãos desfalecerem

E os corruptos apenas enriquecerem

A limpeza é somente uma nova sujeira

Ja é tarde não há outro caminho ou maneira

A lâmina espera no cume do cadafalso

Pela pobre cabeça de um vilão falso

Homem ou mulher a morte nos espreita

Em cada esquina, viela ou rua estreita

Frio como pedra, o que governa é a nossa falsidade

Frio como pedra, não há como esconder nossa unica verdade

(Tiago André Brêta Izidoro)

Zero
Enviado por Zero em 18/12/2012
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T4042587
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