Nau das Tormentas

A sobrevida existe após o apagar das luzes

A discórdia ainda é perene, e frutífera

O caos é a chave para revelar o irreal

Lamúrias ainda consentem em seu único ninho

O mar, ao longe, sereno e revoltante

Envolvente como as ondas que pairam na TV

O sol falso que nos aquece com ilusões populares

Nos deixa a mercê de temores similares e gritantes

Fui cobaia falha

Sou anjo caído

Serei Imortal

"Trago comigo os estragos da noite"

Enquanto houver esperança em meio a olhares

Olhares que desvencilham hipóteses

Olhares que quero desviar

A nau espiritual dos impuros de coração aporta

Na margem escassa de razões...

No porto livre de emoções...

Na enseada subjetiva do ser

A nau traz consigo expressões antigas

Vontades inóspitas, desejos profundos...

Libertação

Tudo de forma sincera e remediada

Pelos 18 anos que passaram em 5 meses

Por uma vida que não soube viver

Por uma simples vitória em meio a derrotas

Por um suspiro de ar puro

A tormenta ainda existe,

Por quanto não se sabe

Em meio a tortura emocional

Uma esperança se esvai

Leva consigo a coragem

A vontade, o desejo de lutar...

Resta o humano, o mesmo de ontem,

Que não consegue se levantar.