Vida, esta caixinha de surpresas,
num dia oferece flores,
no outro oferece tristezas,
e traz junto uma carga de dores.
Nela se há de ser artista,
muitas vezes exímio alpinista,
desatar laços, remover pedras,
escalar montanhas,
retroceder às antigas êxedras,
engendrar inúmeras façanhas.
Mas há também de se cultivar hortênsias,
desfiar as tramas com paciência,
estar sempre aberto a recomeçar
tecendo com aptidão o amor
única fonte de luz, vibração e cor,
sentimento verdadeiramente aguçador.