Onipotência
Queria conhecer o inventor da liberdade de escolha
Com o indicador em riste o acusaria: mentiroso!
Ninguém pede para nascer
Nem vive como quer. Vive-se apenas!
Medíocres humanos e seu leviano desejo por controle
Não vedes que são engrenagens?
Folhas secas seguindo o curso do rio
Ora presas às pedras, ora à velocidade da correnteza
Nada freia o destino
Pois a máquina funciona para levardes onde estás
E qualquer sabotagem é vã
Basta um reparo e a máquina voltar a cumprir sua tarefa
Aprendi a navegar nesse rio
A integrar-me nas engrenagens desta máquina
Pois o rio sempre deságua no mar
E a máquina sempre fabrica o seu produto
Uma, duas, todas as vezes!
E assim vou vivendo, apenas
Ciclos após ciclos
Pois tudo tinha que ter dado errado
Para que pudesse dar certo novamente