Viajante do tempo
Serpenteio por entre o século XVIII,
lutando contra o iluminismo nascente
indo contra a corrente de um presente mais que estóico, hedonista.
Nada tenho contra, muito pelo contrário, ou o contrário pelo muito.
As sociedades secretas e esotéricas pululam no horizonte,
encontro-me a meio caminho.
Meio caminho andado para cair nas garras do dogmatismo
e meio caminho andado para me entregar a fluidez do hoje,
léguas, léguas andei.
Encontrei enfim, o pensamento que salva a multidão.
O anarquismo veio à tona no meu mundo.
Caminhei, caminhei
e rejeitei o universo acrata,
saindo do fogo e indo cair na fridigeira do neoísmo.
Ousei escapar dela
e hoje sei que o maior dos idealismos
não me salva do capital.
Encontro-me no olho do furacão,
entre a espiritualidade e a ambição.
Uma do ego refinado que acha que é superior,
outra do ego material tem tudo e não tem nada, na verdade.
Viajante do tempo,
Sou um primitivo poeta...