Da pedra

Logo ali: uma pedra

Na beira do mar.

Ora toda ela se via,

Ora toda imergia.

E nos constantes socos d’água

Ela, inerte, não reagia.

Mesmo com toda a dureza

Que Deus lhe deu.

Da pedra a sabedoria!

A rocha,

Permanente e exausta,

Não murchava.

Mesmo com toda a água

Que, em sua volta, a inundava.

Impermeabilizava-se a rocha!

Todavia,

Avistava-a sempre solitária.

Não por toda a sua sabedoria,

Ou talvez,

Por tamanha perspicácia.

Mas porque lá – certamente,

Um coração não batia.

Agenor Do Bem
Enviado por Agenor Do Bem em 13/02/2007
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