Da pedra
Logo ali: uma pedra
Na beira do mar.
Ora toda ela se via,
Ora toda imergia.
E nos constantes socos d’água
Ela, inerte, não reagia.
Mesmo com toda a dureza
Que Deus lhe deu.
Da pedra a sabedoria!
A rocha,
Permanente e exausta,
Não murchava.
Mesmo com toda a água
Que, em sua volta, a inundava.
Impermeabilizava-se a rocha!
Todavia,
Avistava-a sempre solitária.
Não por toda a sua sabedoria,
Ou talvez,
Por tamanha perspicácia.
Mas porque lá – certamente,
Um coração não batia.