Minha culpa

Deram-me luz, então eu despertei

Deram-me colo, carinho e proteção

Aproveitei

Deram-me sonhos, alimentos e direitos

Mas os defeitos, eu mesmo os adquiri

Vou por aí

Vagando, sem saber pra onde

Mas vou

Vou por aí!

Pisando o chão

Desvirginando o espaço

Passando o tempo

Sem perder o passo

Vou por aí, contrariando a todos, ou quase todos

Pois eu bem sei, que o que já sei, outros também já sabe

E não me cabe o poder da plenitude

Minha atitude é de quem se pôs de pé, e vê a fé como um reforço da razão

Vou!

Entre os que vão, mas que não vão em vão

Vão por aí, buscando solução

Vou, no rastro da ciência pautado na razão

Vou por aí

Quebrando o meu silêncio

Falando alto para quem quiser ouvir

"Não sou ateu, não sou cristão!

Não acredito em religião!

A minha fé não vive de ilusão"

Vou por aí!

Sem ter porque pedir

Sem ter direito a pedir mais nada

Seguindo a estrada que me deram de presente

Vou sempre em frente

Cruzando a escuridão

Vou, desde o principio um ser iluminado

Pagando sempre pelos meus pecados

Vou!

Por conta e risco dos meus devaneios

Até o fim, justificando os meios

Vou evitando o mal, buscando o bem

Acreditando em mim, pra não culpar ninguém