Vacina anti-toco

Mesmo temendo a agulha,

Preciso logo me vacinar;

Vai que meu fruto é folha,

E o meu balão, mera bolha,

Ela pode me rejeitar...

Não posso daí, beber cicuta,

Ou, de outro jeito me matar;

A vida carecerá nova meta,

Mas, se não por ouro, o atleta,

Pelo quê ele irá jogar?

Então, pra desinchar o “galo”,

O tempo será meu remédio;

A dita terá rompido o elo,

O livro pronto para o prelo,

Será revisto, pelo tédio...

Já passei o álcool no braço,

Que se inocule essa porcaria;

Somente uma coisa, peço,

Se o amanhã me for avesso,

Não me cobrem alegria...

É que sou gato escaldado,

O diabo é que ela é uma gata;

Se fosse só estalar o dedo,

E ela matasse meu medo,

Mas, é a insegurança que mata...