A vida comprimida

A escrita da vida verte lenta, enfadonha,

mesmo quando sonha com bela redação.

sequer sabe que peca em sua insipiência,

pela repetência de parágrafos já escritos,

ditos ou não ditos, conquistas, desilusão…

As vezes, finda a linha, e o hífen separa,

palavras que inteiras, deveriam ser lidas;

Outras, vira a página a não mais buscar

Nem vale à pena a tentativa de soerguer,

a empresa que foi saudável, então falida.

Maravilhada, pois, ante o desconhecido,

pródiga, em seus pontos de exclamação.

Porque sorve apenas sentido imaginário,

tendo à mão o socorro de um dicionário,

porque não usa pontos de interrogação?

Além das letras, mais que papel e tinta,

deveras amplo, muito rico seu insumo;

imenso conto feitos, mas o que escapa?

se tal essência, na folha da contracapa,

mestre tempo tudo condensa, o resumo…