LAMENTO!
Ninguém me disse que eu iria envelhecer.
Queriam me enganar?
Seguia impávido pela vida, sem pensar em nada,
De grande importância...
E o tempo foi passando, passando.
E da janela do trem eu me embriagava com os campos,
As casinhas brancas ao longe, uma vaca aqui, um boi acolá.
Como eu era feliz, sem conhecer a vida, o mundo.
Minha namorada pegou em minha mão,
Fiquei pensando que ela queria casar comigo.
E onde estava o medo a solidão a saudade, a depressão.
Tudo era beleza, felicidade, maravilha; era namorar.
Mas o tempo inexorável foi me levando...
E quando dei por mim, já era adulto.
A pensar na depressão (econômica), na saudade de antigamente,
E sentir depressão aqui dentro, a ansiedade e sentir a vida real.
Então chegou o medo bisonho, da distância longa passada,
Eu vi o futuro nevoento e me ajoelhei no altar.
Vi a morte ela é fria pálida e solitária...
É muito triste ser a morte.
É ruim ter medo da morte, e ela não é doce.
É profunda pensativa e surpreendente, ou não.
Meus cabelos estão grisalhos, e tenho cismas no pensar.
Eu vi a morte, mas ela não falou comigo só me acenou.
Eu queria voltar e brincar de roubar caju e de ciranda com as meninas.
Mas tenho que me conformar com a quietude do tempo.
A tecnologia me consola, e sonho em ser eterno.
Confio nos homens, mas está tão longe ser eterno.
Tenho fé em Deus e sorrio dos sonhos.
Sou um menino, sedento de prazeres e conformidades.
Sou um homem disfarçado de boi bravo.
Sou uma aquarela, que não está acabada,
Mas conheço o pintor que me pinta sem pincel.
Ontem sonhei, e o sonho foi bom; mas acabou.
Porque os sonhos não virão realidade.
Quem conheceu a vida e se fartou.
Foi porque não foi ao baile nem dançou.
Não comemorou com o vento,
Os pingos da chuva levantando poeira.
Eu já estou indo embora...
Amanhã não assistirei o noticiário...
Chega de notícia ruim.
Barret.