Poeta feliz morre?
revisado e republicado.
Se não mais me couber, narrar essa saga,
do vale das sombras de onde agora saio;
rabisco da planta, pois, uma última baga,
qual aceno saudoso, nesse breve ensaio.
Derradeiro pleito de um falido moribundo,
que deixa o casulo nas asas da ventura:
Que o dom se legue a outro vagabundo,
que erra solitário, nalguma senda escura.
E tal infeliz ache a dádiva refúgio sagrado,
cantando até temas, melhores que esses;
sem deixar contudo, de reclamar do fado,
que engendrava varões, agora, interesses.
Que as digitais da arte, sejam com brilho,
Tal, que transponha tempo e sua cancela;
se Cronos, antropófago, devora os filhos,
que seja então, tardio, e não coma vitela.
Não creio em obras reais, sem sangue,
minha ferida estancou, guardo a pena.
Colt ao coldre, fim do bangue-bangue,
Acendem-se as luzes, fecha o cinema…