os poetas vão pro céu

Esperei o vento passar e ainda sopra,

O jeito foi fazer um ajuste nas velas;

Refiz a velocidade mantendo a rota,

Ao mar alto, pois, minhas caravelas...

O corpo recostado à sombra, até repousa,

A alma com missão não esquece o alvo;

A meta abraçada é quase uma esposa,

O objetivo assumido é um texto salvo.

Singre-se a água contornando as bóias,

Afinal, ecoou distante o tiro da partida;

Danem-se as bijuterias busquemos as jóias,

para a coroa que empresta sentido à vida.

Viver sem meta é somente derivar,

E qualquer enseada serve de porto;

Mesmo ocultas, existem rotas no mar,

e opções entre caminho reto e torto.

O céu dos bêbados tem cachaça,

e constelações difíceis de vê-las;

o dos poetas, uma pintura disfarça,

eles mesmo pintam lua e estrelas...