Fuga
O João-de-barro deu boas vindas ao dia,
que alheio nasceu, acordou sonolento;
o detetive buscou as pegadas da alegria,
que partiu talvez, por falta de fomento;
Mudar o endereço, sina comum pra nós,
pois, anelamos o melhor lugar pro ninho;
sonhos nos precedem , e, seguimos após,
os fatos mostram que foi efeito do vinho;
Os fartos goles de amargura, bebidos são,
pele dá na vista co’uma, prematura ruga;
veredas trilhadas forçado pela decepção,
que adoçam incertos horizontes da fuga;
Morta “doçura” que brota da emulação,
descarrega escuros trastes, a nostalgia;
o olhar volta-se, para a pretérita direção,
Onde não foi infeliz, voltando, não seria;
Os ventos da dor açoitaram à caravela,
que deveria ter ficado atracada, quieta;
trocou a bonança pela fúria da procela,
quando deveria ter ignorado uma seta;
Felicidade; exaustiva, inglória procura,
quimera, utopia, que se vê da varanda;
a real, prato agridoce, de dor, ternura,
plenitude nem cá, nem na outra banda...