PELOS novos SEGUNDOS SEGUINTES...

(Atemporalmente agora um velho pássaro canta o tudo de novo!)

Todas as manhãs

O dia se promete ser novo.

Dias após dias...

A cada nova manhã

A vida nelas se repete

Tão velhamente nova!

Num antigo desconhecido novo...

Pelos novos segundos que se seguem.

Quantos segundos seguintes!

Aonde o novo é sempre tão

Imprevisivelmente previsível!

A cada fração de novos tempos

A esperança é nova.

A de novos acertos.

Entre novos medos.

De novos velhos erros.

É assim...

Previsivelmente assim!

Que o tudo atemporalmente velho

Se renova para ser fictícia novidade.

Hoje é lei: muito em breve seremos todos...

Ano Novo!

E como somos muitos,

Seremos infinitamente novos.

Um frágil novo mundo dentro de cada antigo ser.

Quiçá seja esse

Um verso novo à toda esperança tão envelhecida...

É assim que a poesia insiste

E novamente verseja:

Para se ser sempre Ano Novo

É preciso contemporizar com o tempo.

Que jamais envelheceu.