PARTIDA

...e como você quis partir...

Partir dos meus braços,

partir ao meio o que restava de nos dois,

partir

no instante puérpero,

no pós-luz,

na verdade incoveniente que nos assalta

em uma certa noite de conversas tépidas e vômitos.

Enfim, você partiu,

e com isso levaste-me,

oco, assumo,

mas são o suficiente

para lembrar de lembrar dos teus sussurros

noutros momentos,

onde partidas eram suposições irrisórias,

parte de nós que nunca imaginava

em partir para sempre,

ou simplesmente rir-se do acaso.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 08/12/2011
Código do texto: T3378720
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